O estado de São Paulo vivenciou um fluxo migratório negativo entre 2017 e 2022, segundo dados do Censo Demográfico 2022 do IBGE, divulgados nesta sexta-feira (27). Esta é a primeira vez que o estado apresenta essa situação desde o início das análises em 1991.
No período mencionado, apenas 736,4 mil imigrantes chegaram a São Paulo, enquanto 826 mil pessoas deixaram o estado, resultando em um saldo negativo de 89,6 mil pessoas.
Os imigrantes que se estabeleceram em São Paulo entre 2017 e 2022 vieram, principalmente, da Bahia, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná. Em contrapartida, muitos deixaram São Paulo para residir na Bahia, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
O Rio de Janeiro também reportou um saldo migratório negativo de 165,4 mil pessoas pela primeira vez em mais de 30 anos, evidenciando a saída de 332,6 mil fazedores de lares e a entrada de 167,2 mil migrantes.
“Se as pessoas estão retornando ou em busca de melhores oportunidades, é uma questão que pode ser trabalhada e estudada”, disse Marcelo Dantas, pesquisador do IBGE.
Além disso, 16 estados tiveram saldo migratório negativo, com o Maranhão liderando com menos 129,2 mil pessoas. Em contraste, nove estados, como Santa Catarina, apresentaram saldo positivo, recebendo um total de 354,3 mil novos residentes.
Comparações e Tendências
Ao analisar o período de 2005 a 2010, observa-se que nove unidades federativas deixaram de atrair imigrantes, incluindo o Distrito Federal e estados como Rio Grande do Norte e Sergipe. Por outro lado, Minas Gerais, Paraná e Paraíba reuniram mais imigrantes do que emigrantes nos últimos anos.
Em relação às regiões, o Sudeste e o Norte passaram a ser áreas de emigração, enquanto o Centro-Oeste e o Sul mantiveram seu status como destinos atrativos para migrantes.
População e Nascimento
Em 2022, o Centro-Oeste tinha a maior proporção de habitantes nascidos em outros locais, com apenas 73,5% de seus habitantes nascidos na região. O Nordeste, por outro lado, mantém uma sólida presença local, com 96,7% de sua população originária da própria região.
*Nota: Esta matéria foi atualizada para corrigir um detalhe sobre o fluxo migratório do Rio de Janeiro, que já tinha registrado saldo negativo em 1991.
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