Reestruturação prevê priorizar o retorno das visitas domiciliares
O Ministério da Saúde detalhou, nesta quinta-feira (11), como vai funcionar o processo de reestruturação da Estratégia de Saúde da FamÃlia, anunciada no inÃcio da semana. As mudanças incluem uma ferramenta de avaliação do atendimento, em interface com o SUS Digital, e um modelo que prioriza o retorno das visitas domiciliares.
A proposta do governo é retomar o formato de atendimento em que o profissional de saúde bate à porta para perguntar se todos os moradores da casa estão com o cartão de vacinação em dia, verifica a pressão de pacientes hipertensos e checa como está a retirada de medicamentos na farmácia da unidade básica de saúde mais próxima ou no Farmácia Popular.
âAs visitas também ampliam o vÃnculo e o acompanhamento territorial, um componente fundamental para o sucesso da Estratégia Saúde da FamÃlia. Além disso, uma nova forma de financiamento será um dos pilares da qualidade e indução de boas práticas na reconstrução da ESF [Estratégia de Saúde da FamÃlia]â, destacou o ministério.
Financiamento
A reestruturação prevê ainda uma nova forma de financiamento como um dos pilares de qualidade do atendimento e indução de boas práticas.
No formato anterior, as equipes de saúde da famÃlia eram pagas por número de pessoas credenciadas na atenção primária, o que, segundo a pasta, não significa que essas pessoas eram de fato acompanhadas pelas profissionais. âO resultado disso foi sobrecarga para as equipes, dificuldade de acesso e atendimento para a populaçãoâ.
Com o novo modelo, as equipes de saúde da famÃlia podem receber de R$ 24 mil a R$ 30 mil ao longo de 2024 e até R$ 34 mil em 2025, valores acima da média atual de R$ 21 mil. O montante varia de acordo com o número de pessoas acompanhadas por cada equipe, limitado a até 3 mil pessoas.
Entenda
Na última segunda-feira (8), o ministério anunciou a meta de implementar 2.360 equipes de saúde da famÃlia, 3.030 equipes de saúde bucal e mil multiprofissionais por ano até 2026. A proposta é alcançar 80% de cobertura de atendimento via Sistema Ãnico de Saúde (SUS) em 2026.
Segundo a pasta, a reestruturação significa diminuição da sobrecarga de trabalho para as equipes, melhorando a proporção entre pessoas cuidadas e profissionais contratados.
âPara a população, os benefÃcios também são sensÃveis com a chegada de profissionais a regiões antes desassistidas e a diminuição do tempo de espera para conseguir uma consulta ou procedimentoâ.
Em coletiva de imprensa, a ministra da Saúde, NÃsia Trindade, lembrou que, ao assumir o governo, havia cerca de 4 mil equipes de saúde da famÃlia sem médicos em sua composição: âuma total desestruturação do Programa Mais Médicos, que havia sido substituÃdo pelo Médicos pelo Brasilâ.
âTÃnhamos ampliado os vazios assistenciais, vários municÃpios e áreas vulneráveis em todo o Brasil, sem médicosâ, disse. âSabemos que a saúde da famÃlia envolve ainda os profissionais de enfermagem, os agentes comunitários de saúde, os agentes de endemias, as equipes do Brasil Sorridenteâ, completou.
âEssa reconstrução da saúde da famÃlia tem como norte a qualidade, reduzindo a população atendida por equipe, ampliando a qualidade e, ao mesmo tempo, ampliando as equipes. Isso é fundamental, ampliando horários de atendimentoâ, concluiu, ao lembrar que as equipes conseguem uma resolução de 80% dos problemas de saúde.
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