TIMÓTEO – A Secretaria de Saúde e Qualidade de Vida de Timóteo em parceria com a Associação Amor Azul promoveu na manhã desta quarta-feira (16), um encontro sobre o tema “Vivências e Desafios do Autismo”, realizado no auditório da Prefeitura de Timóteo, no Paço Municipal.
O evento, coordenado pela equipe de Saúde Mental, vem promover o diálogo entre famílias, redes de apoio, pacientes e profissionais de saúde sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e acontece para estimular a troca de informações entre os diversos públicos envolvidos com a expectativa de concretizar ações positivas e quebrar estigmas.
A palestra sobre o tema ficou por conta do psicólogo da rede de atendimento da Saúde, Gabriel Alves de Souza Guimarães. Ele contou que trabalhou na Educação Especial e sempre se preocupou em conhecer o panorama dentro da escola. “São muitas crianças com diagnóstico de autismo”, revelou o psicólogo. Gabriel chamou a atenção dos pais quando afirmou que “mães de crianças com TEA experimentam níveis de estresse comparáveis aos de soldados em combate”, citando Hayes Watson. Pesquisas confirmam que 85% das mães sofrem fadiga extrema. O palestrante alertou que o bem estar dos pais de autistas impacta diretamente no bem estar do filho. A palestra abordou a identificação precoce do TEA, os fatores de risco que predispõem ao diagnóstico, os indicadores precoces, como diferenciar alterações sensoriais de birras e estratégias de autocuidado para os cuidadores.
Uma roda de conversas aconteceu após a primeira palestra com depoimentos muito significativos para os participantes. A portadora de TEA , Fernanda, contou que aprendeu a ler sozinha aos 4 anos de idade. Ela revelou que não gosta de sair de sua rotina. Hoje com 34 anos, casada, ela afirmou que o diagnóstico veio para salvar seu casamento e ajudá-la a conviver melhor com o TEA.
Érica falou sobre o medo que teve do futuro quando descobriu que seu filho era autista. Mas a descoberta mais importante foi constatar que o uso recorrente de telas como tablet, televisão, celular dificultavam a interação social do seu filho e provocavam crises intensas e repetidas. “O meu maior desafio foi descobrir o que o meu filho mais gostava e retirar gradativamente as telas”, contou Érica.
A palestra de Natália Venades sobre o tema “ Um olhar Neuropsicopedagógico sobre o TEA” encerrou o encontro com muita propriedade. A disseminação de informações, as melhores condições de tratamento e capacitação dos profissionais, tem-se realizado intervenções cada vez mais precoces. O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta diversas áreas do desenvolvimento infantil, necessita do acompanhamento com vários profissionais, além de comprometer diversos aspectos da vida do indivíduo, sobretudo, o aspecto escolar.
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