A Região Metropolitana do Vale do Aço (RMVA) encerrou janeiro com um saldo negativo na geração de empregos formais. No total, 1.044 postos de trabalho com carteira assinada foram eliminados no primeiro mês do ano.
Os dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), obtidos pelo Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged) e analisados por William Passos, geógrafo e coordenador de Estatística e Pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, vinculado ao campus Ipatinga do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG), apontam que Ipatinga foi o município que mais contribuiu para esse resultado, com 753 demissões a mais que admissões. Timóteo também apresentou um saldo negativo, registrando a perda de 340 empregos formais.
Por outro lado, Coronel Fabriciano e Santana do Paraíso tiveram desempenho positivo na geração de empregos, encerrando o mês com um saldo de 20 e 29 novas vagas com carteira assinada, respectivamente. Os números da RMVA contrastam com os resultados obtidos no cenário nacional e estadual.
“No primeiro mês de 2025, o Brasil criou mais de 137 mil novos postos de trabalho formais, um desempenho expressivo. O país já vem registrando bons resultados no mercado de trabalho nos últimos anos. Minas Gerais, por sua vez, também teve um saldo positivo, gerando mais de 4 mil empregos com carteira assinada. No entanto, o Vale do Aço não acompanhou essa tendência, registrando um saldo negativo de 1.044 demissões”, explica Passos.
Entre os setores econômicos, o de serviços foi o que mais dispensou trabalhadores na RMVA. “A explicação para esse resultado está no desempenho desfavorável da indústria e do setor de serviços, que são os principais geradores de emprego na região. O setor de serviços registrou a demissão de 711 trabalhadores, um número significativo, e a indústria desligou 375 profissionais”, avalia o geógrafo.
O comércio também fechou janeiro com mais demissões do que contratações, um comportamento esperado, segundo Passos. “Esse é um período de retração do movimento, após o aquecimento gerado pelas festas de fim de ano, como o Natal e as celebrações de dezembro. Muitos funcionários temporários são desligados nessa época, o que justifica o saldo negativo do setor”, detalha o especialista.
A agropecuária, por sua vez, teve um leve aumento no número de empregos formais, com saldo positivo de duas novas vagas. Já a construção civil registrou um acréscimo de 100 postos de trabalho com carteira assinada.
“A construção civil é um setor com grande presença da informalidade, mas conseguiu formalizar 100 novos empregos, um número relevante que ajudou a evitar um resultado ainda pior para o mercado de trabalho na região”, conclui Passos.
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