Setor industrial volta a ser protagonista no resultado do PIB na região do Vale do Aço

O setor industrial voltou a ter a maior parcela dos valores produtivos na região metropolitana do Vale do Aço no ano de 2022. As indústrias não ocupavam este posto desde 2014, conforme explica Fabiana Souza, assessora técnica da agência de desenvolvimento da região metropolitana do Vale do Aço (ARMVA).

“Quanto aos valores por setor produtivo, em 2022 na rmva e colar, o destaque foi para o setor da indústria, que representou 46,34% dos resultados. é importante destacar que o setor da indústria não ocupava esse posto de maior participação desde 2014”, afirma Fabiana.

Anteriormente, a posição pertencia ao setor de serviços. a especialista afirma que, conforme os dados apresentados, as principais atividades exercidas na região foram as atividades relacionadas à administração pública, à indústria de transformação e indústria extrativa, além de eletricidade, gás, água, esgoto e atividades de gestão de resíduos, além de demais serviços.

“Esses demais serviços, as atividades que foram destaque na região, estão mais relacionadas a atividades financeiras, de transporte, principalmente serviços de prestação às outras empresas, não incluindo comércio aqui, nesses demais serviços”, declara.

PIB

No mês de dezembro, o instituto brasileito de geografia e estatísticas (IBGE), divulgou o resultado do PIB 2021. Junto, os quatro municípios da região metropolitana do Vale do Aço (Coronel Fabriciano, Ipatinga, Santana do Paraíso e Timóteo) apresentaram um PIB de R$ 25 bilhões, valor superior ao ano anterior, que foi de R$ 17 bilhões.

Conforme a assessora técnica da ARMVA, contabilizando também os municípios do colar metropolitano do vale do aço, o valor sobe para R$ 33 bilhões, o que faz a região participar de 3,89% do PIB de Minas Gerais, valor que não era alcançado desde 2010.

“Os resultados expressam uma recuperação econômica significativa para a região e tal fato, conforme ressalta a fundação joão pinheiro, se deu em razão da retomada da produção minerária e principalmente do aumento extraordinário das cotações de minério de ferro. o avanço nos preços e na produção física de produtos minérios siderúrgicos, por exemplo aço e ferro gusa, também favoreceram muitos municípios da nossa região, principalmente Ipatinga e Timóteo”, salienta Fabiana.

O município de Ipatinga apresentou o 8º maior pib de Minas Gerais e figura na lista dos 100 mais ricos do país. Timóteo ficou na 29ª posição, Coronel Fabriciano em 79ª e Santana do Paraíso em 149ª.

O resultado do PIB é apresentado a preços correntes e dividido em três grandes grupos de atividade econômica. são eles agropecuária, indústria e setor terciário. o setor terciário é subdividido em dois outros grupos, que é compreendido pela administração pública e por serviços e dentro deste segundo grupo, destaca as atividades de comércio, atividades financeiras, transportes, serviços de prestação às empresas, entre outros.

Cálculo

A divulgação do PIB dos municípios ocorre com defasagem de dois anos, o período é necessário para a contabilização das bases de dados mais completas e abrangentes apresentadas por diversas pesquisas anuais realizadas pelo IBGE.

Por isso, os resultados do PIB municipal de 2021 estão sendo divulgados no fim do ano de 2023. é importante ressaltar que a compilação dos resultados do pib municipal é coordenada pelo ibge em parceria com os institutos estaduais de estatísticas, no caso de minas gerais, a Fundação João Pinheiro.

Geração de emprego

O Vale do Aço é uma das principais concentrações urbanas e industriais do interior de Minas Gerais, e um grande gerador de empregos, puxado principalmente pelo setor industrial. No entanto, William Passos, coordenador estatístico e de pesquisa do Observatório das Metropolizações Vale do Aço, a economia do vale do aço passou por um momento difícil neste fim de ano.

“De janeiro a novembro de 2023, a região gerou um saldo positivo de apenas 893 vagas. o setor de serviços segurou o emprego, porque a indústria no vale do aço, considerando os quatro municípios da região metropolitana, registrou saldo negativo. a indústria admitiu 13.208, mas desligou 14.416, então mais de 1.200 trabalhadores foram demitidos ao longo do ano de 2023 pela indústria da região do vale do aço”, afirma.

Para o especialista, é necessário a união dos gestores públicos municipais, juntamente com a agência de desenvolvimento da região metropolitana do Vale do Aço, FIEMG e outras entidades regionais, para estimular o incremento do turismo, adensar mais o setor de serviços, lazer, entretenimento, e diversificar a oferta de serviços culturais, atividades culturais para a população, estimulando a economia criativa, que também é uma fonte de geração de oportunidades e de dinamização da economia interna.

“Esse é um potencial sub-explorado na região. é uma região que, quando pensa em desenvolvimento, pensa muito em atrair a indústria, mas a indústria não é a única saída de geração de oportunidades de trabalho com carteira assinada. a gente tem o setor de serviços, que é um setor bastante intensivo em geração de vagas. o setor de educação é um setor muito intensivo em mão de obra, gera muitas oportunidades, a cultura também gera muitas oportunidades e cultura também, dependendo da forma como estiver organizada, consegue se conectar com o setor de turismo, então se você desenvolve a oferta cultural, você também atrai turista porque as pessoas visitam a região também para poder consumir cultura, então você consegue solucionar problemas do ponto de vista do emprego de duas formas, você dinamiza o setor cultural e também dinamiza outros setores que acabam sendo arrastados por causa desse setor cultural”, conclui.