A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) está atualmente em processo de análise sobre as tarifas de importação de 10% anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta quarta-feira (2). “Primeiro vamos entender o anúncio para nos pronunciar”, declarou a Abiec por meio de sua assessoria de imprensa.
Atualmente, a carne bovina brasileira que entra nos Estados Unidos encontra-se sujeita a uma taxa de 26,4% caso supere a cota de 65 mil toneladas, que é compartilhada entre dez países. A Abiec ressalta que “esta cota, que é anual, tende a se esgotar logo no início do ano”, destacando que “mais de 70% do que exportamos de carne bovina no ano passado estava sob a tarifa de 26,4%”.
A entidade acredita que, apesar das novas tarifas impostas, haverá um estreitamento da parceria entre o Brasil e os EUA, considerando que os norte-americanos estão enfrentando dificuldades no ciclo pecuário e, por um período de dois anos, vão necessitar de um fornecedor confiável que possa garantir volume, qualidade e preço. “Esse parceiro é o Brasil”, segundo a Abiec.
Os EUA estão vivenciando uma alta nos preços da carne bovina devido à escassez de bovinos para abate. Embora o Brasil esteja iniciando um ciclo de alta, o país tem condições de suprir a demanda, uma vez que exporta em média apenas 25% do que produz.
Sucos de Laranja
O diretor executivo da Associação Nacional de Sucos Cítricos (Citrus BR), Ibiapaba Netto, também comentou sobre as tarifas de importação, afirmando que a entidade está avaliando os possíveis impactos das tarifas de 10% anunciadas. A Citrus BR representa a indústria exportadora de suco de laranja no Brasil e ressalta que atualmente os EUA impõem uma tarifa de US$ 415 por tonelada de suco de laranja brasileiro. Essa tarifa pode variar de 11% a 30%, dependendo do preço do suco no mercado.
No último ano, o Brasil exportou para os EUA 1,346 milhão de toneladas de suco, sendo a maior parte de suco de laranja. Em 2023, registrou uma queda de 2% em volume, com 1,34 milhão de toneladas exportadas, mas um aumento de 27% no faturamento total, que alcançou US$ 1,193 bilhão comparado a US$ 930 milhões no ano anterior. Esses dados são do Agrostat, do Ministério da Agricultura.
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