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Tentativas de aproximação do governo Zema à base não surte efeitos em plenário

Tentativas de aproximação do governo Zema à base não surte efeitos em plenário

Mesmo em meio a jantares com Simões e atendimentos com Magalhães, articulação segue com dificuldades de formar quórum

As tentativas do governo Romeu Zema (Novo) em se aproximar da base na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) não têm surtido efeito no plenário. Mais uma vez, nessa quarta-feira (20/3), o governo não conseguiu formar o quórum para votar os vetos que travam a pauta há mais de 20 dias. Nas últimas semanas, o vice-governador Mateus Simões (Novo) fez uma série de jantares com os deputados, e o líder do governo, João Magalhães (MDB), fez uma força-tarefa, por mensagens e ligações, para tentar mobilizá-los para ir a plenário.

Apesar do acordo do Colégio de Líderes para votar os vetos, a reunião teve a ausência até de líderes, como o da maioria, Carlos Henrique (Republicanos), e o líder do bloco de sustentação ao governo, Gustavo Santana (PL), que estaria no Rio de Janeiro para tirar visto para os Estados Unidos. Além de Carlos Henrique e Santana, os vice-líderes Chiara Biondini (PP), que estaria em Buenos Aires, na Argentina, e Douglas Melo (PSD), também faltaram. Questionados por O TEMPO, apenas Douglas e Carlos Henrique se justificaram, atribuindo a ausência ao trânsito.

As dificuldades do governo Zema acontecem em meio a recentes tentativas de aproximações aos deputados. Há três semanas, Simões recebe parlamentares para jantares privados. Na última terça (19/3), por exemplo, o vice-governador recebeu Antônio Carlos Arantes (PL), Bruno Engler (PL) e Coronel Sandro (PL). Um deputado disse que, além de adotar um tom “informal e sem cobranças”, Simões estaria se colocando à disposição dos deputados para eventuais demandas. Em alguns dos jantares, o secretário de Governo, Gustavo Valadares, está presente.

Apesar de reconhecerem também um cálculo eleitoral de Simões, que é cotado para suceder Zema em 2026 como candidato ao governo de Minas Gerais, um deputado observa que o vice, por perfil, estaria ocupando um vácuo institucional deixado pelo governador. “Ele é mais acessível e atende sempre que eu preciso”, exemplifica o parlamentar, que pediu anonimato à reportagem. Ele pontua que o ex-governador Fernando Pimentel (2015-2018) recorrentemente recebia os parlamentares para discutir os projetos de lei em andamento.

Questionados sobre o porquê das dificuldades do governo apesar da tentativa de aproximação, Simões avalia que a relação com a ALMG segue positiva. “Eu recebo deputados com alguma frequência, mas essencialmente (com) a lógica de manter a porta da gestão mais próxima deles, que estão na ponta”, pontua o vice-governador. Quando o ex-secretário Igor Eto deixou o governo, Simões já havia encabeçado reuniões com os deputados no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais.

Além de Simões, Magalhães fez uma rodada de reuniões no próprio gabinete com os deputados da base no fim de fevereiro para atualizar demandas atrasadas. O objetivo era tentar contornar o desgaste em razão do atraso do governo em atendê-las. O líder foi acompanhado por dois técnicos da Secretaria do Governo, presentes para explicar aos parlamentares por que as dificuldades em honrar compromissos, como a celebração de convênios para indicação de recursos de emendas. Procurado, Magalhães não quis se manifestar sobre as dificuldades em formar quórum.

Deputados já defende punição em salário por ausências
Apesar das tentativas de aproximação, os deputados não têm correspondido em plenário. Interlocutores do governo na ALMG atribuem as dificuldades em reunir quórum mais à “falta de compromisso” do que à relação entre o Palácio Tiradentes e a base. Já há quem defenda que, assim como ocorre na Câmara dos Deputados, a ALMG passe a punir a ausência dos parlamentares com desconto do salário. “Tem punição maior do que a punição no bolso?”, argumenta um parlamentar, que também pediu reserva.

A ausência de quórum já estaria incomodando até Tadeuzinho. Quando encerrou a extraordinária, o presidente enfatizou que a reunião seria encerrada porque a votação dos vetos exige quórum qualificado e não havia 39 deputados presentes. Interlocutores do presidente da ALMG pontuam que não caberia a ele colocar quórum em plenário, mas ao governo. A Tadeuzinho, acrescentam eles, caberia apenas pautar o que o Palácio Tiradentes tem interesse em votar.

O governo tem enfrentado dificuldades até para reunir 26 deputados para abrir reuniões em plenário. No dia 6 de março, por exemplo, havia apenas 24 deputados presentes para a extraordinária das 10h, o que derrubou a reunião. O cenário voltou a se repetir no dia seguinte, quando apenas 20 deputados compareceram à sessão das 14h, que também caiu. Como a oposição tem atuado para derrubar o quórum, o governo é obrigado a reunir 26 deputados da própria base, ou seja, nem sequer conta com a tabela da oposição.

Confira a matéria completa em: zug.net.br

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