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TOD: Entenda o que é o Transtorno Opositor Desafiador | Portal ZUG – Vale do Aço

TOD: Entenda o que é o Transtorno Opositor Desafiador | Portal ZUG - Vale do Aço

Confira a matéria completa em: zug.net.br

O transtorno opositor desafiador é caracterizado por sintomas como comportamento agressivo e humor irritável em crianças. Saiba como diferenciá-lo de comportamentos comuns da infância.O transtorno opositor desafiador (TOD) é um distúrbio que ocorre na infância e adolescência e provoca sintomas como comportamento desafiador e impulsivo, dificuldade de lidar com frustrações, teimosia, entre outros. Ele geralmente surge antes dos 8 anos de idade, mas também pode ser diagnosticado em crianças mais velhas ou adolescentes. É preciso atenção para saber diferenciar os sinais do transtorno de comportamentos comuns nessa faixa etária. Durante o desenvolvimento, é normal observar certos comportamentos desafiadores nas crianças – como as chamadas “birras”, por exemplo. O que, então, indica que a criança pode ter um transtorno? Segundo a dra. Letícia Sampaio, neurologista infantil e membro da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, o comportamento opositor e desafiador é comum em crianças em determinados estágios do desenvolvimento, como na adolescência, e em algumas situações estressantes, como conflitos familiares ou dificuldades escolares; ele também pode ser causado por outros fatores, como transtornos de ansiedade, transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) ou transtorno de conduta.“No entanto, o TOD é caracterizado por um padrão persistente de comportamento desafiador, que é mais severo, frequente e duradouro do que o comportamento observado na maioria das crianças na mesma faixa etária. O diagnóstico é baseado em uma avaliação cuidadosa da história do comportamento da criança, que inclui informações sobre a duração e gravidade do comportamento desafiador, bem como as circunstâncias em que ocorre”, esclarece.Sintomas e diferenciação de comportamentos típicosA médica lista as principais características do transtorno opositor desafiador: Comportamento desafiador: as crianças com TOD frequentemente desafiam as regras, desobedecem aos pais e professores e se recusam a seguir instruções;Comportamento irritável: elas também podem ficar facilmente irritadas, com explosões de raiva frequentes e intensas;Vingança: podem buscar vingança contra outros, especialmente os adultos que elas acreditam que lhe causaram algum mal, e frequentemente são rancorosas;Teimosia: podem ser excessivamente teimosas e obstinadas, recusando-se a ceder, mesmo quando suas demandas são claramente irrealistas ou inapropriadas;Dificuldade em lidar com frustrações: podem ter dificuldades em lidar com situações frustrantes e estressantes, tornando-se facilmente desencorajadas;Comportamento impulsivo: crianças com TOD podem agir impulsivamente, sem pensar nas consequências de seus atos.A especialista destaca que essas características não necessariamente indicam que uma criança tem transtorno opositor desafiador. Ou seja, trata-se de um diagnóstico difícil. “Diferenciar [o TOD] de comportamentos comuns da infância, como birras e desafios ao autoritarismo, pode ser difícil, pois esses comportamentos podem ser observados em muitas crianças em algum momento durante o desenvolvimento”, explica. Por isso, para conseguir fazer essa diferenciação é fundamental levar em conta alguns critérios: Padrão persistente: o comportamento desafiador é persistente e ocorre com frequência;Severidade: o comportamento é mais grave do que os desafios comuns da infância; as crianças com esse transtorno podem ser agressivas, provocadoras e vingativas;Duração: o comportamento desafiador dura pelo menos seis meses, não é um evento pontual ou transitório;Interferência: o comportamento tem impacto no funcionamento normal da criança, afetando suas relações e seu desempenho escolar;Contexto: o comportamento desafiador ocorre em diversos contextos – como em casa, na escola, em reuniões com amigos e familiares –, e não apenas em um ambiente específico. Como lidar com as situações desafiadorasPode ser complicado lidar com a criança durante as situações desafiadoras, e a especialista recomenda algumas estratégias nesse sentido. Primeiro, é preciso estabelecer limites claros e consistentes para a criança, explicando as regras de maneira objetiva. Também é importante reconhecer e elogiar quando ela tem um comportamento positivo. “Isso ajuda a reforçar o comportamento desejado e pode incentivar a criança a continuar com esse comportamento”, afirma. Outro ponto é evitar confrontos desnecessários com a criança. Embora seja difícil, é importante tentar manter a calma e usar uma abordagem tranquila para resolver as situações. Além disso, ensine a ela habilidades de resolução de problemas e comunicação eficaz, pois isso pode ajudar a amenizar o comportamento desafiador e promover a cooperação. Por fim, não deixe de buscar ajuda profissional especializada. Se o comportamento da criança é persistente e afeta o seu dia a dia e da família, é importante procurar atendimento. E procure manter uma atitude positiva em relação à criança. “Lembre-se de que o TOD é um transtorno e que a criança não está escolhendo agir dessa forma. Fique calmo e ofereça apoio e incentivo à criança enquanto ela aprende a lidar com suas emoções e comportamentos desafiadores”, destaca a dra. Letícia. Como é feito o diagnóstico e o tratamento do transtorno opositor desafiadorO diagnóstico do transtorno é feito por um neurologista infantil, psiquiatra ou psicólogo clínico, após avaliação completa da criança. Segundo a especialista, essa avaliação pode incluir entrevistas com a criança, pais e professores, e a observação do comportamento dela em diferentes situações. O profissional também pode solicitar testes psicológicos e de comportamento para ajudar a avaliar o funcionamento geral da criança.“Para diagnosticar o TOD, avaliamos a presença de sintomas específicos, como desafio à autoridade, comportamento de oposição persistente e frequente, comportamento vingativo e irritabilidade. Esses comportamentos devem estar presentes por pelo menos seis meses e devem afetar negativamente o funcionamento da criança em casa, na escola ou em outros ambientes”, esclarece ela. O tratamento pode combinar terapia comportamental, terapia familiar e/ou medicação. “A terapia comportamental pode ajudar a criança a desenvolver habilidades para lidar com seus comportamentos desafiadores e melhorar a comunicação e resolução de problemas. A terapia familiar pode ajudar a melhorar o funcionamento familiar e a comunicação entre a criança e seus pais ou responsáveis. Os medicamentos podem ser prescritos para ajudar a controlar os sintomas de impulsividade, agressividade e irritabilidade.” Outro ponto importante é que os pais e responsáveis podem se beneficiar de educação e treinamento para lidar com o comportamento desafiador dos filhos, buscando melhorar a comunicação e o ambiente familiar. As escolas também podem ser um apoio adicional, com aconselhamento, planos de intervenção comportamental individualizados e serviços de apoio acadêmico. “O tratamento do TOD é geralmente eficaz, mas pode levar tempo e esforço. O envolvimento dos pais e responsáveis é fundamental para o sucesso do tratamento”, completa a médica. fonte – Dr. Dráuzio Varella

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