Após uma drástica queda nas Bolsas americanas, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira, 11, que “não vê nenhuma recessão nos EUA” e que a economia do país “vai bombar”.
No último domingo, 9, em entrevista à Fox News, Trump hesitou em descartar a possibilidade de que suas políticas poderiam levar a uma recessão. Na segunda-feira, as Bolsas recuaram até 4%, à medida que aumentavam as preocupações sobre a desaceleração econômica, impulsionada pela guerra comercial iniciada pelo governo Trump.
Estrategistas do Goldman Sachs reajustaram suas previsões, elevando a chance de uma recessão nos EUA para 20%, argumentando que mudanças nas políticas do governo representam o principal risco. Na última sessão, a Nasdaq caiu 0,18%, o S&P 500 perdeu 0,76% e o Dow Jones recuou 1,14%. O Ibovespa, o principal índice da bolsa brasileira, também teve uma queda de 0,81%.
Quando questionado sobre a instabilidade do mercado de ações, Trump minimizou as preocupações, destacando que “a queda nas Bolsas não me preocupa”, acrescentando que “algumas pessoas farão ótimos negócios”.
Tesla e Conflito com o Canadá
As declarações de Trump ocorreram em um contexto peculiar, diante da Casa Branca, onde o presidente fez a escolha de um carro vermelho Model S da Tesla, da qual o aliado Elon Musk é CEO. Musk é criticado por seu papel no governo, enquanto comanda o Departamento de Eficiência Governamental (Doge, em inglês), que aconselha Trump sobre cortes de gastos públicos. O presidente escolheu um modelo que custa a partir de US$ 76 mil (cerca de R$ 440 mil), dizendo: “Musk está fazendo um ótimo trabalho com a Tesla e com o Doge. Não fiz questão de pedir desconto, afinal, eu sou o presidente”.
No dia, Trump teve um novo conflito com o governo do Canadá, especialmente após a província de Ontário retaliar suas ameaças econômicas, impondo uma tarifa de 25% sobre a energia exportada para Michigan, Minnesota e Nova York. Em resposta, Trump ameaçou aumentar a tarifa sobre importações de aço e alumínio do Canadá para 50%, o que equivale ao dobro da sobretaxa sobre os demais países. Contudo, no final do dia, Ontário recuou, e os EUA retiraram a ameaça de tarifação adicional.
Peter Navarro, conselheiro sênior para o comércio da Casa Branca, criticou as tarifas de países como o Brasil e a Índia, que impõe taxas de mais de 100% sobre produtos americanos, dizendo que é uma trapaça. Em uma entrevista à CNBC, Navarro demonstrou confusão com a queda contínua das Bolsas desde a posse de Trump, questionando a reticência dos mercados em reconhecer as mudanças econômicas em andamento: “Não entendo como os mercados não conseguem ver que estamos em uma transição,” concluiu.
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