10 anos depois, mercado naval é aquecido com anúncio de demandas de aquisição de navios pela Petrobras com previsão de 12 anos de construção de Supply Chains em dois estaleiros.
Entre 2009 e 2014, empresas do segmento Metalmecanico do Vale do Aço entraram na auspiciosa cadeia de suprimentos da indústria da construção e reparação naval e offshore por meio de ações desbravadoras do sindicato patronal da classe, o Sindimiva e a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais – Regional Vale do Aço, a Fiemg.
A época, o empresário Jéferson Coelho, da Líder Indústria Mecânica, estava à frente da entidade e se via diante do impacto do “fechamento das torneiras” industrias das cadeias da siderurgia e mineração, grandes contratantes das micro e pequenas indústrias de caldeiraria, usinagem e estruturas metálicas por estarem impactadas pelos efeitos da crise do “Subprime”, a crise financeira mundial que, a partir do estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, colocou o mundo em uma recessão econômica que flertava em repetir a crise da bolsa de 1929.
Visitas técnicas, participação em feiras, seminários, congressos, rodadas de negócios, enfim, uma série de ações foram implementadas para inserir, o máximo de empresas, em clientes que, na esteira da descoberta do Pré-Sal, estavam construindo embarcações de diversos portes e finalidades para atendimento aos bilionários afretamentos contratados pela Petrobrás.
Durante 03 anos, empresas foram se capacitando e acelerando a curva de aprendizado para atender, de forma mais completa possível, as demandas advindas de políticas públicas como a do “Conteúdo Local”, que tinha como premissa a prioridade para aquisição de produtos ou serviços pela Petrobrás de empresas nacionais ou com internacionais, mas com transferência de tecnologia para um parceiro brasileiro.
Em 2014, a operação Lava Jato, que revelou um vasto esquema de desvio de recursos na Petrobras envolvendo políticos, empresários e grandes empreiteiras, teve um efeito colateral que alcançou as indústrias da região do Vale do Aço. Na época, as indústrias fornecedoras dos grandes estaleiros tiveram contratos interrompidos com clientes, pagamentos não realizados e a dispersão de todo conhecimento arregimentado nesse período das normas navais, técnicas de construção e formação de mão de obra.
Sinais de retorno
10 anos depois, bons ventos sopram para que novamente as indústrias do segmento metalmecânico retomem o caminho que lhes foi interrompido para muitas totalmente, e outras parcialmente. Nessa semana, uma notícia indica uma oxigenação no setor. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, assinou seis contratos no valor de R$ 16,5 bilhões para construção e afretamento de 12 embarcações de apoio, do tipo Platform Supply Vessel, PSV. Do total, R$ 5,2 bilhões serão para investimentos em construção naval.
As embarcações serão usadas em operações de logística de Exploração e Produção da companhia até 2028, segundo a petroleira. Os contratos foram assinados durante a reunião do Conselhão, na quinta-feira(12), em Brasília.
Essas novas unidades não só irão incorporar o que há de mais moderno em tecnologia, como também representam nosso engajamento com melhores práticas sustentáveis e inovadoras. São projetos que atendem aos mais elevados padrões ambientais, sociais e de governança, essenciais para um futuro sustentável, além de gerar cerca de 11 mil empregos diretos e indiretos — disse Chambriard.
As embarcações serão construídas nos estaleiros próprios das empresas vencedoras, Bram Offshore e Starnav Serviços Marítimos, em Santa Catarina, nos municípios de Navegantes (Bram) e de Itajaí (Starnav). Cada empresa será responsável pelo afretamento para a Petrobras de seis embarcações. Serão 12 anos de operações.
Os contratos incluem um período de até quatro anos para mobilização e 12 anos de operação, além da exigência de 40% de conteúdo local durante a fase de construção. As embarcações serão construídas nos estaleiros próprios das empresas vencedoras, localizados em Santa Catarina, nos municípios de Navegantes (Bram) e de Itajaí (Starnav). Cada empresa será responsável pelo afretamento para a Petrobras de seis embarcações.
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