A Comissão Europeia assegura que está “trabalhando 24 horas por dia, sete dias por semana” com o objetivo de cessar as importações de combustíveis fósseis da Rússia. Um plano que foi adiado em duas oportunidades deve ser revelado nas próximas semanas.
O comissário europeu de Energia, Dan Jorgensen, quando questionado sobre a brecha nos prazos, reafirmou o empenho da Comissão: “O plano foi adiado, mas o esforço continua. Estamos dedicados à eliminação do petróleo russo, embora reconheçamos que não é uma tarefa simples. Se fosse fácil, já teríamos feito isso há três anos,” referindo-se ao início da guerra na Ucrânia.
Durante uma entrevista à agência Lusa e outras agências, Jorgensen declarou que a data de apresentação do roteiro que visa a eliminação das importações de energia da Rússia, inicialmente programada para o final de março, foi retirada do calendário oficial. Apesar do atraso, insistiu que “a ambição permanece inalterada” e pediu “paciência por mais algumas semanas”.
Ele também observou que as dificuldades geopolíticas afetam as negociações e que existe um diálogo próximo com os países europeus que seriam mais relevantes em casos de um corte total do gás russo, como é o caso da Eslováquia.
Atualmente, 13% do gás da UE continua vindo da Rússia, porcentagem muito menor que os 45% antes da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022. O conflito já prolonga-se por quase quatro anos.
A União Europeia já implementou diversas sanções contra a Rússia, interrompendo a compra de carvão e quase todo o petróleo no mercado europeu. Entretanto, a proibição total do gás russo ainda não foi formalizada, embora o bloco avance em direção a uma desvinculação total da energia proveniente da Rússia.
Jorgensen criticou que, nos últimos três anos, a UE gastou mais recursos na aquisição de combustíveis fósseis e energia russos do que no fornecimento de auxílio financeiro e militar à Ucrânia. Ele afirmou que os montantes pagos à Rússia equivalem ao custo de “2.400 novos caças F-35”, financiando, assim, o esforço bélico de Vladimir Putin.
O plano para cortar a dependência da UE de combustíveis fósseis russos chega em um momento em que o presidente dos Estados Unidos parece buscar reaproximação com a Rússia e apresenta uma proposta de acordo de paz para a Ucrânia.
O objetivo final da União Europeia é eliminar o uso de combustíveis fósseis da Rússia até 2027.
Em resposta à crise energética que se intensificou devido ao conflito, Bruxelas lançou em 2022 um plano de redução gradual da dependência russa, focando em economia de energia, diversificação de fornecedores e aumento da produção de energia limpa — medidas que já contribuíram para a diminuição do consumo de gás na região.
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