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Vereadores acusam secretário de Estado de intervir na Câmara Municipal de BH

Vereadores acusam secretário de Estado de intervir na Câmara Municipal de BH

Quatro vereadores de Belo Horizonte, aliados ao presidente da Casa, Gabriel Azevedo, registraram boletins de ocorrência junto à Polícia Militar de Minas Gerais acusando o secretário da Casa Civil do Governo de Minas, ex-deputado federal Marcelo Aro, de intervir no funcionamento da Câmara Municipal.

De acordo com os registros feitos na PM, vereadores relatam que integrantes do grupo político de Aro estão os pressionando para que votem a favor da abertura de cassação do presidente do Legislativo Municipal. A pressão, ainda conforme os boletins de ocorrências, teria se transformado em ameaças com a decisão dos parlamentares de votarem contra a abertura do referido processo.

Além do próprio chefe do Legislativo, procuraram a Polícia Militar os vereadores Cleiton Xavier (PMN), Gilson Guimarães (Rede) e Loíde Gonçalves (Podemos). Eles acusam representantes da chamada “Família Aro” de coagi-los e ameaçá-los para votarem a favor da abertura do processo de cassação de Gabriel, assunto que deve voltar a ser pautado nesta segunda-feira (4).

Entre as ações relatadas estão não somente a pressão sofrida nos corredores da Câmara na última sexta-feira (1º) – quando o pedido de abertura do processo de cassação começou a ser debatido –, mas também a influência de Aro na Prefeitura de Belo Horizonte e até mesmo no Ministério Público e no Judiciário.

De acordo com o relato do presidente da Câmara no registro policial, Aro “é responsável pela indicação de quatro secretários municipais da Prefeitura de Belo Horizonte na gestão de Fuad Noman (PSD), a saber, secretário municipal de Governo, Castellar Modesto Guimarães Neto; secretária municipal de Educação, Roberta Rodrigues Martins Vieira; secretário municipal de Meio Ambiente, José Reis Nogueira de Barros, e secretário de Desenvolvimento Econômico, Fernando Campos Motta”.

Em outro momento do depoimento, ele alega que “diversos vereadores relataram ações para pressioná-los a votar pela abertura do processo de cassação por parte de Marcelo Aro e/ou de pessoas ligadas a ele e ao seu grupo, tais como afirmar que cargos em comissão na Prefeitura de Belo Horizonte poderiam servir como moeda de troca (…), afirmar que quantias em dinheiro poderiam ser entregues em troca de votos” e, ainda, “afirmar que investigações no Ministério Público poderiam ser iniciadas por influência”.

À reportagem de O TEMPO, Gabriel disse ter sido procurado por alguns colegas que estão se sentindo coagidos e explicou que pediu apoio da Polícia Militar para resguardar a integridade deles. “Vereadores de várias regiões, várias origens sociais, relatam até que pessoas foram em suas casas intimidarem. Estamos solicitando apoio e segurança da Polícia Militar a todos os vereadores que se sentiram ameaçados, a exemplo do que já ocorreu com o então vereador Mateus Simões, hoje vice-governador do Estado de Minas Gerais. Um ofício será enviado a ele e à Ouvidoria Geral para providências”, acrescentou o presidente da CMBH.

Ele também destacou que todas as provas e evidências que associam as ameaças aos aliados de Aro “foram apresentadas aos advogados para condução com a Polícia Civil de Minas Gerais”, além de esperar “que não haja intervenção dele, Marcelo Aro, que se vangloria por ser muito influente na instituição”.

O vereador Cleiton Xavier considerou “lamentável que isso esteja ocorrendo na Câmara Municipal” e também mencionou supostas ameaças: “o grupo do ex-deputado me ameaça com acusações falsas e tenta me chantagear, dizendo que podem cassar meu mandato se eu continuar apoiando o presidente Gabriel, enquanto oferece ajuda para me defender das acusações falsas que eles mesmos articularam caso eu mude de lado”.

A situação também tem preocupado o vereador Gilson Guimarães. Ele se diz amedrontado: “Estou com medo, estou escondido em outro lugar, o pessoal foi na minha casa, tenho recebido telefonemas, estou me sentindo muito coagido e espero que isso passe o mais rápido possível”.

Já a vereadora Loíde Gonçalves está receosa sobre a continuidade do próprio mandato, já que teria sido intimada pelo partido ao qual é filiada a votar pela cassação de Gabriel, o que, segundo ela, não vai acontecer. A parlamentar disse que essa notificação foi entregue ao gabinete dela por um assessor da vereadora Professora Marli (PP), mãe de Marcelo Aro.

“Isso tudo é muito ruim. Essas coisas não podem acontecer, essa influência do jeito que está acontecendo. Os parlamentares têm que ter autonomia para escolherem seus votos (…). Que tipo de influência essas pessoas têm, a ponto de me coagir? Eu sou mulher…  Querendo ou não eu comecei o meu mandato agora. Eles acham que eu sou fraca, só que eles se enganam, eu não sou essa mulher de desistir tão fácil”, avaliou.

Loíde ainda acrescentou que está em contato com a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, e com a presidente do Podemos Mulher, Márcia Pinheiro, para entender o que teria motivado a interferência da sigla na decisão dela sobre o processo de cassação de Gabriel.

Aro contra-ataca e PBH se cala sobre boletins na PM

O secretário de Casa Civil do Governo de Minas, Marcelo Aro, afirmou que “Gabriel é Vereador em Belo Horizonte e eu sou Secretário de Estado, tenho mais o que fazer e acho que a cidade de Belo Horizonte tem muito problema que ele deveria se preocupar em resolver ao invés de me atacar. 

O problema do Gabriel é que ele perdeu a confiança de seus pares ao gravar colegas, ao apoiar um assessor seu que falsificou um documento e foi promovido, ele comete abuso de poder e é disso que ele precisa se defender. Ele tenta criar uma cortina de fumaça para desviar o foco do verdadeiro problema. O Gabriel quer virar prefeito sem ganhar a eleição e quer tocar a câmara como se fosse um ditador. Minha opinião é que esses são motivos mais que suficientes para que ele seja cassado e torço para que os vereadores tomem a decisão mais correta. 

Por último, importante registrar que fazer boletim de ocorrência falso é crime, mas lugar de debater com bandido é na justiça, não é pela imprensa”.

A Prefeitura de Belo Horizonte disse que não vai se manifestar sobre o caso.

fonte – O Tempo

Confira a matéria completa em: zug.net.br

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