Os atingidos pelas chuvas do dia 12 de janeiro, que mataram 10 pessoas e deixaram 1.590 desalojados e 64 desabrigados, relatam que ainda enfrentam dificuldades para viver com a incerteza se vão ter uma casa para morar no futuro. Informações oficiais fornecidos pela Defesa Civil Municipal dão conta de mais de 800 interdições desde o dia da chuva. As 64 pessoas desabrigadas estão no alojamento cedido pela Usiminas localizado na rua João Napoleão da Cruz, no Centro.
Segundo os desalojados, a principal queixa é a falta de informação da prefeitura. Os entrevistados não quiseram ter a identificação revelada e disseram que realizaram todo o processo de entrega de documentos e outros trâmites obrigatórios e ainda não receberam o aluguel social prometido pela prefeitura no mesmo dia das chuvas.
“A administração não tem dado uma assessoria para as pessoas que estão desabrigadas e desalojadas, questões financeiras a respeito do aluguel, auxílio emergencial, se pode voltar para as casas e se não pode. Muitas pessoas estão morando na casa de amigos, vizinhos, outros estão alojados nos abrigos, mas sem expectativa e sem informação do que há de acontecer”, explicou.
Outro morador que não quis ser identificado falou sobre a situação em que se encontra após a chuva. “Estou fora de casa, tenho uma filha pequena de um ano e seis meses e até hoje não sei o que a prefeitura decidiu. Estou morando em um terraço de um vizinho, vivendo de favor”, destacou.
Posicionamento da Prefeitura
Questionada pela Itatiaia sobre as informações, a Prefeitura de Ipatinga informou que recebeu 500 pedidos de concessão do benefício e a previsão é do primeiro pagamento ser realizado nesta quinta-feira, dia de 20 de fevereiro.
Para que as famílias tenham acesso a essa política pública, o governo municipal informou que é necessário seguir um trâmite legal que inclui a apresentação de documentos e análise para verificação do enquadramento nos critérios estabelecidos. A partir daí se dá o processo de pagamento, que segue os padrões administrativos.
Acerca de famílias especificamente mencionadas, que supostamente estariam habitando terraços, em condições impróprias, ou bancando aluguéis, o governo orientou que os responsáveis procurem a Prefeitura de Ipatinga para se cadastrar no aluguel social, caso atendam aos requisitos, e busquem a Assistência Social para encaminhamento ao abrigo, onde todos receberão o devido acolhimento.
Confira a nota completa:
A respeito do pagamento do aluguel social, a Prefeitura de Ipatinga, por meio da Secretaria Municipal de Segurança e Convivência Cidadã (Sescon), informa que, após a forte chuva que assolou a cidade no dia 12 de janeiro, recebeu quase 500 pedidos de concessão do benefício.
Para que as famílias tenham acesso a essa política pública, é necessário seguir um trâmite legal que inclui a apresentação de documentos e análise para verificação do enquadramento nos critérios estabelecidos. A partir daí se dá o processo de pagamento, que segue os padrões administrativos do município.
A gestão municipal compreende a urgência da situação e assim é que tem atuado diligentemente para disponibilizar os valores o mais rápido possível. A previsão é que os pagamentos devidos ocorram até o dia 20 deste mês.
É importante esclarecer que o aluguel social já é uma política pública existente no município e tem como objetivo auxiliar no custeio de moradia para famílias que tiveram seus imóveis interditados pela Defesa Civil. O benefício é concedido apenas para moradores que são proprietários ou possuidores do imóvel interditado. Antes da tragédia de 12 de janeiro, 112 famílias já recebiam o auxílio, cujo valor foi reajustado de R$ 450 para R$ 600. O pagamento inicial ocorre por um período de seis meses, podendo ser prorrogado conforme a necessidade.
Retorno das famílias aos imóveis
Na semana passada, teve início o processo de revistorias dos imóveis interditados pela Defesa Civil, etapa essencial para garantir que os retornos possíveis ocorram com segurança. Essas análises estruturais são feitas a cada 30 dias para avaliar as condições dos imóveis. Até o momento, pelo menos 66 imóveis já foram desinterditados, permitindo que algumas famílias retornassem aos seus lares.
Construção de moradias populares
A Prefeitura de Ipatinga está planejando a construção de moradias populares para as famílias impactadas pelas chuvas. Dois projetos estão em estudo pelas secretarias municipais, um deles incluindo a possibilidade da participação da iniciativa privada. O objetivo é atender tanto as famílias cujas casas foram destruídas quanto aquelas que precisaram deixar suas residências por estarem em áreas de risco.
Para um dos projetos, um passo já foi dado. Nesta semana, o prefeito Gustavo Nunes esteve no Ministério das Cidades, onde o ministro Jader Filho detalhou o programa Minha Casa, Minha Vida – Calamidade, do Governo Federal, como uma alternativa para a construção de moradias em Ipatinga. Enquadrando-se nos critérios, a administração municipal pretende elaborar o projeto para protocolar a solicitação.
A Prefeitura reforça que, desde o ocorrido, tem prestado total suporte às famílias atingidas pelas chuvas. Os abrigos foram montados com toda a estrutura necessária para acolher os desabrigados.
Acerca de famílias especificamente mencionadas, que supostamente estariam habitando terraços, em condições impróprias, ou bancando aluguéis, orientamos que os responsáveis procurem a Prefeitura de Ipatinga para se cadastrar no aluguel social, caso atendam aos requisitos, e busquem a Assistência Social para encaminhamento ao abrigo, onde todos receberão o devido acolhimento. Atualmente, são 15 famílias abrigadas em instalações preparadas para este fim, no centro da cidade, com direito a alimentação, atendimento médico e psicológico. Por questão de segurança, a volta aos imóveis afetados só é permitida com o aval das equipes técnicas da Defesa Civil, que continuam trabalhando de forma intensa, diariamente, neste expediente.
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