Search
Close this search box.
Home » Vale do Aço Online » ‘Vou encher sua cara de tiro’, diz deputado Da Cunha para ex em gravação

‘Vou encher sua cara de tiro’, diz deputado Da Cunha para ex em gravação

‘Vou encher sua cara de tiro’, diz deputado Da Cunha para ex em gravação

Da Cunha é réu por agredir Betina Grusiecki, no ano passado. Eleito por São Paulo com mais de 180 mil votos, ele ganhou fama compartilhando vídeos de operações policiais

Um vídeo gravado por Betina Grusiecki, de 28 anos, ex-companheira do deputado federal Carlos Alberto da Cunha (PP-SP), conhecido como Delegado da Cunha, mostra o parlamentar proferindo insultos e ameaças contra a mulher. A mulher disse à Justiça que o congressista bateu a cabeça dela na parede e tentou sufocá-la.

As imagens foram exibidas na noite deste domingo (17) pelo Fantástico, da TV Globo. Delegado da Polícia Civil paulista e com 46 anos, Da Cunha é réu por agredir Betina Grusiecki, no ano passado. Eleito por São Paulo com mais de 180 mil votos, ele ficou conhecido na internet compartilhando vídeos de operações policiais.

Mas, segundo investigação do Ministério Público de São Paulo, muitas das operações eram na verdade simulações, feitas justamente para dar popularidade ao delegado, já de olho em uma carreira política. Ele é investigado pela suposta fraude, que contava até com uma empresa profissional de gravação e edição de imagens. Da Cunha, que confessou ter encenado um sequestro, também chamou policiais de ratos e foi afastado da polícia, perdeu a posse de arma e distintivo.

A agressão que colocou fim no relacionamento de Betina e Da Cunha, iniciado em 2020, aconteceu no apartamento em que o casal morava, em Santos, no litoral paulista – eles não tiveram filhos. Em 13 de outubro do ano passado, uma sexta-feira, eles começaram a discutir. Nesse dia, Betina disse que foi agredida verbalmente pelo parlamentar.

No sábado, 14 de outubro, era aniversário de Carlos Alberto da Cunha. Ele passou o dia fora com os filhos dele – de outro relacionamento. Segundo Betina, o então companheiro voltou para casa alcoolizado. O vídeo exibido neste domingo (17) é justamente dessa gravação feita por Betina, que contou ter sido agredida por Da Cunha nos três anos em que estiveram juntos.

É possível ouvir o deputado insultando a então companheira e dizendo que iria matá-la. Em alguns momentos, dá para ver o rosto de Betina, mas a maior parte do vídeo só tem áudio.

– Da Cunha: “Vai correndo para casa da mamãezinha”
– Betina: “Não. Não vou para casa da mamãe”.
[…]
– Da Cunha: “Pode parar. Pode parar, senão vou te matar aqui”.
– Betina: “Vai me matar?”
– Da Cunha: Matar.
– Betina: “Ah, então mata”.

Após esse momento, é possível ouvir a respiração ofegante dela. Logo depois, ele xinga a ex-companheira e ameaça atirar contra ela. “[…] Sua vaca, vou encher sua cara de tiro”, diz o político.

Betina grita: “Me solta. Chama a polícia. Chama a polícia! Sai”.

Betina conta que chamou os filhos. No vídeo, o rosto do parlamentar aparece de relance. Ele mexe na mochila em que está o celular. À Justiça disse que tentou impedir que Betina colocasse a maquiagem na mala. E negou os outros golpes, mas o IML atestou que Betina tinha escoriações no couro cabeludo e lesões corporais leves.

Da Cunha registrou boletim de ocorrência afirmando que era ele o agredido, por causa do ferimento com um secador. O Ministério Público concluiu que Betina tinha agido em legítima defesa. À Justiça ele tentou dar razões psicológicas e, também, espirituais para o que aconteceu.

Depois da agressão, Betina foi para a casa do pai. O parlamentar colocou roupas danificadas em um saco de lixo e mandou para a ex-mulher. Ele disse que também enviou R$ 5 mil a ela. A mãe de Betina contou que o deputado ligava para ela a fim de propor um acordo. A Justiça concedeu medidas protetivas a Betina e aos pais dela e determinou que o parlamentar entregasse suas armas.

O deputado não quis gravar entrevista. Quem falou à reportagem, foi o advogado dele. “Eu vou pedir a submissão desse vídeo à perícia. Porque esse vídeo não foi periciado […] Não estou falando que é inverídico, mas não passou pelo crivo do Instituto de Criminalística, não foi submetido à perícia oficial”, disse Eugenio Malavasi.

“Dentro de um contexto. Se ele disse isso, foi dentro de um contexto de cólera, dentro de um contexto de briga. Nós somos homens. Quando digo homens, seres humanos. Seres humanos têm discussões de casais. Um fato isolado na vida do deputado não pode estar embrionariamente ligado com exercício do mandato de deputado federal, do deputado delegado da Cunha”, completou o advogado de Da Cunha.

Confira a matéria completa em: zug.net.br

Leia também

Newsletter

LEIA TAMBÉM